Reflitamos sobre a DOR ESPIRITUAL. A qual é, geralmente,
a grande geradora de DESESPERANÇA.
QUEM
NÃO CRÊ, NÃO ESPERA! E QUEM NÃO ESPERA, DESENCARNA ANTES DO TEMPO!
Por
tudo isso, torna-se fundamental que se entenda a espiritualidade. Que
não é o mesmo que RELIGIOSIDADE, apesar de estarem estreitamente relacionadas
pois a religiosidade é um dos aspectos importantes e uma conseqüência
da espiritualidade.
Espiritualidade
é um termo surgido na Renascença (Séc. XV) mas cujas idéias básicas
tiveram origem com os ensinamentos de PLATÃO, no século IV A.C.
Esse
grande filósofo defendia a idéia de que o Ser humano era um dualismo
CORPO-ALMA, com prevalência absoluta da alma sobre o corpo. Exatamente
por isso era indispensável que o Ser Humano se dedicasse às coisas do
espírito, deixando de lado qualquer preocupação com o seu corpo. Que
nada mais era do que uma prisão da alma.
Esse
pensamento, que teve forte influência na humanidade, especialmente no
cristianismo primitivo, evoluiu para a idéia do Ser Humano como um todo,
formado à imagem da Trindade Divina (conceito que encontramos em
diversas correntes religiosas, antigas e atuais). Somos então CORPO,
MENTE e ESPÍRITO, porém inseparáveis.
Quando morremos, não somos
nós que morremos, mas nossa expressão biológica a que denominamos corpo, esse envoltório que guarda o espírito
e que vive em permanente estado de morte e renascimento.
Observando
uma foto nossa, de quando tínhamos 5 anos de idade, vamos constatar
que aquele corpo já morreu há muito tempo. Outros corpos foram progressivamente
substituindo aqueles que iam morrendo. E durante todo esse processo,
nossa “individualidade” permanecia imortal, apenas amadurecendo com
o passar dos anos.
Quando morrermos, nosso corpo e nossa mente se espiritualizarão,
deixando essa realidade temporo-espacial que é a única conhecida por
nós, passando à dimensão espiritual que muitos denominam “eternidade”, na qual inexiste
o tempo e o espaço. E por isso mesmo se torna inefável, totalmente inalcansável
pelo nosso raciocínio uma vez que tanto ele como todos os idiomas sobre
a Terra, são limitados às idéias de espaço e de tempo. Incapazes portanto
de entender ou explicitar o que é, na realidade, o não-espaço e não-tempo
do qual só conseguimos falar através de metáforas, utilizando
figuras e idéias de nossa própria realidade.
S.TOMÁS DE AQUINO, o grande
filósofo e teólogo afirmava: “Não existe corpo sem espírito, nem espírito
sem corpo”. Nessa vida, temos um espírito “corporificado”. Ao morrermos,
passaremos a ter um corpo “espiritualizado”. E as moléculas que compõem
o nosso corpo material, permanecerão dispersos nessa realidade pois
a ela e somente a ela pertencem. Mas a nossa individualidade permanecerá
imortal na eternidade e tudo aquilo conquistado nessa encarnação ao que se refere a valores morais, intelectuais e espirituais nos acompanharão em reencarnações sucessivas, daí a necessidade de plantarmos boas sementes, para colhermos bons frutos.
Espiritualidade
Intrínseca é pois o mergulho infindável no transcendental. E para isso
se exige humildade, coragem e decisão.
Pelo
medo, criamos um “Deus quebra-galhos”. Mergulhando no transcendental,
descobriremos o verdadeiro Deus na sua plenitude. Que todas as
religiões, em todos os tempos e lugares, descobriram e Lhe deram nomes
diversos. Mas sempre buscando - e ainda buscam – religar (religião)
o Ser Humano com Deus.
E
isso exige constante aprofundamento. Gostar de música, não é o
mesmo que conhecer música. Quem conhece usufrui muito mais do que quem
apenas gosta.
Nesse
momento podemos nos questionar: Que Deus é o nosso?
O
ritualismo vazio é estressante: Não “responde”. Só desespera pois
quase nunca alcançamos, pelos ritos vazios, as coisas que queremos.
E que queremos exatamente por termos uma religiosidade sem espiritualidade!
A
espiritualidade intrínseca nos liberta da desesperança enquanto
a religiosidade sem espiritualidade nos causa medo, terror e ainda
gera desesperança.
Espiritualizemo-nos a cada segundo de nossa existência, para que não sejamos encontrados de coração vazio!
Muita paz!
M. Barbosa